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Um naco de sol engolfa os últimos minutos da tarde
O vento cicia Chopin
Um pardal desalentado entoa Gloomy Sunday
Um barco melancólico me espera além da velha tapera de palha
O rio Potengi é tão calado
Seus pescadores não riem
As banhistas não falam
Corre apressado quando banha o Igapó
Extraterrestres já visitaram a velha torre da antiga Rádio Poty
A morte rodeia os ribeirinhos
A angústia é um nevoeiro que chamam de violência
O sol que beija o rio não é o mesmo que beija o Japão
(Eu sei disso porque poetizo as tardes deste chão)
A cortina noturna se abre diante do espelho d´água
O vento cochila por entre as pilares da ponte velha
O pardal desalentado espia a lua
O barco melancólico me larga na Ribeira
Agora sou eu que canto Gloomy Sunday
Natal é tão americana que cheira a Manhattan
Eu sou tão triste que pareço o pardal lá da terceira estrofe...
Só que sem ninho. Tadinho.
-
Radyr Gonçalves
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