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O calendário vai serpenteando no deserto dos dias
A terra vai mastigando o homem
A carne, o verso, o fígado, a música
Aquilo que somos vai sendo devorado
... Meus nervos, em particular, não mais cabem nas poesias
que faço
Meu cordão de prata anda por um fio
E meu brio embaçado
Os necrológios dos jornais já não me assombram
Não há espetáculos que minorem o cinza/amarelado das
tardes
E os passarinhos andam silentes – (ultimamente)...
... Gracejos seriam bem vindos –
diamantes em risos, esmeraldas em flor
Um vento solto que beijasse minha têmpora
Um lago límpido – uma cena
de primavera temporã
Qualquer coisa... Qualquer coisa que amenizasse essa exaustão
de ser humano.
-
Radyr Gonçalves
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