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Cantarolo minha biografia de passarinho
Canto de ninho
Fados
Forrós do alto sertão em noites enluaradas
Cachorrinho na calçada
Mixórdia sinfônica de pardais e solfejar de brisa
Minha vida entediada, vida atrasada
Vida sem relógio...
Eu fiz um compromisso com a poesia
Ela me serve de drágea e eu espalho que ela cura
Essa água pura, salgada, que desce do meu rosto
Poderia ser chamada de lágrima
Mas é o mar da minha alma desaguando
Mas voltando...
Minha biografia volátil
Meu verso volúvel
Meu copo de achocolatado, minha cafeína
Seria mais poético/marginal fosse vinho, cachaça, maconha,
cigarro
Mas eu não tenho vícios
Meu único vício é o verso
Essa coisa de pacto que fiz com a poesia
Parece loucura... Mas funciona
Faz tempo que não sinto dor de cabeça ou sintomas de
depressão...
Tenho só essa dor nos lombo
Mas aí é dos fardos que eu levo
Não quero misturar a poesia com as minhas cruzes
(E dor nos lombos a poesia não cura)...
No mais, cura até dor de cotovelo.
-
Radyr Gonçalves
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Todos os direitos reservados
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